
Bom, já faz alguns meses que meu priminho Davi, 4 anos(na época ele tinha 3), me fez essa pergunta. Acho que foi nas férias de Julho... Chovia muito e nós estávamos conversando na janela da sala, olhando a chuva que caía suave e constantemente. Era um daqueles dias chuvosos que ninguém tem vontade de sair de casa... Estava tão bom! Eu e ele conversando... Vocês sabem como é conversar com criança dessa idade, não é? Temos que saber o porquê de tudo!
Conversa vai, conversa vem e, de repente, ele calou por alguns segundos. Olhei pra ele. Aquela carinha pensativa, com a testinha franzida, olhar fixo na chuva... Tive vontade de rir, parecia "gente" pensando! rsrsrsrsr Aí não resisti e perguntei: "O que foi, Davi?" Ele continuou pensativo, franziu ainda mais a testa e respirou fundo: "Ô, julhi, por que a chuva é 'toncha'?" Achei engraçado, fiquei pensando o que se passava naquela cabecinha, tentando esclarecer sua dúvida. Respondi:" Porque o vento empurra ela, entendeu, Vizinho?"
Desde então, essa lembrança, vez ou outra, retorna a minha mente, levando-me a refletir sobre algumas coisas da vida. Agora, enfim, estou tentando transcrever, de forma lógica e compreensível, o relampejar de idéias que acendem e apagam como flashs cognitivos.
Vamos lá. Assim como a chuva, somos todos criações de Deus.(Calma, não é essa ainda a reflexão. Continue lendo, por favor.) A chuva é composta por um conjunto de gotas d'água e a Igreja de Cristo, por cada um de seus servos. Todas as gotas d'água têm o mesmo ponto de partida (o céu) e o mesmo ponto de chegada (o chão). Assim, também somos nós: Partimos, iniciando nossa jornada para um dia nos encontrarmos com Ele, no momento em que entregamos tudo que temos e somos em Suas mãos. E nosso ponto de chegada, apesar de já ter dito no período anterior, vou repeti-lo de maneira diferente, mas da mesma forma gloriosa, é a Cidade Santa. No entanto, embora tenhamos esses mesmos pontos extremos, cada um de nós trilha por um caminho diferente, se é que você me entende. Isso se explica pelo fato de ser o plano de Deus (o vento que empurra a chuva) específico para cada um de Seus servos. A cada um Ele entregou uma obra, um talento. Uns louvam, outros pregam, alguns profetizam... mas, todos O adoram, O engradecem e testificam a grande alegria que sentem por estar aos Seus pés, trazendo cada vez mais vidas para Sua presença. Mesmo quando duas ou mais pessoas recebem o(s) mesmo(s) talento(os), e isso é comum, ele(s) são aplicado(s) de forma diferente.
Ainda podemos olhar essa "questão de vento" sob um outro prisma. Sendo que este novo olhar não anula o anterior, mas soma-se a ele. Os ventos também podem ser (e essa analogia é a mais comum. Acredito até que você tenha pensado que falaria desta primeiro) as provas, lutas e dificuldades que enfrentamos na vida. Para cada um, elas sao ímpares, e, assim sendo, são vencidas de forma singular na vida de cada indivíduo.
Nós vivemos para Cristo e procuramos servi-Lo, obedecer-Lhe e oferecer-Lhe o melhor que temos, ainda que não seja tudo que Ele merece. Porém cada um tem sua vida. Tem amigos, família, trabalho, obra e provas diferentes. Mas no fim, todos alcançaremos o mesmo alvo e nos encontraremos com nosso Pai que está no Céu e O abraçaremos!!!
"Ao que vencer, lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no Seu trono." Ap 3.21
É isso aí. ;)
Juliane Pontes